quinta-feira, 29 de junho de 2017

Transição



Depois de um tempo você aprende a se importar com o que e quem realmente vale a pena. Aprende a não se machucar com facilidade, aprende a absorver certas coisas e apagar outras, aprende que nem todos que você acha que se importam com sua vida, realmente se importam, e que é preciso ouvir e ser ouvida. Aprende a lidar com situações em que você acha não ter soluções, aprende principalmente a resolve-las de forma tão simples que nem você acredita. Aprende a considerar o mínimo como máximo e vice e versa. Aprende a sorrir quando esperam que você chore, aprende a desapegar na mesma intensidade que se apega e passa a notar o quão maravilhoso isso é .Aprende principalmente que felicidade é ser e não ter algo ou alguém. Aprende finalmente que amar a si mesmo é fundamental se quiser amar alguém. Aprende que as pessoas que você faz questão de estar perto nem sempre são as mesmas que vão estender a mão para caminhar com você. Aprende que sim, você deve se doar ao máximo para qualquer pessoa que cruza seu caminho, afinal você não está fazendo bem apenas para ela, mas principalmente a você por alimentar seu caráter da maneira que seus pais lhe ensinaram. Aprende que nem sempre terá a reciprocidade disso, mas que valeu a pena cada ensinamento que repassou a todos que estiveram na sua jornada, afinal você aprende também. Aprende que abrir os olhos pode ser doloroso, mas que é extremamente necessário. Aprende que nem (raramente) vai ganhar, mas o gostoso disso tudo é aprender a perder e a sorrir com a derrota, pois sabe que amanhã é um outro dia, com novas metas, novas pessoas, novos lugares e principalmente novos sorrisos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Posso ouvir o som de todos os corações baterem, o que me incomoda é saber que estão sendo asfixiados pelo ego, orgulho e descrença.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Viver

Dizem que viver é uma aventura, mas as vezes observo algumas pessoas que mesmo estando vivas demonstram que estão mortas , são pessoas que aceitam a vida e apenas sobrevivem.

Vivem sem sonhos e uma vida sem sonhos é como o dia sem o sol e a noite sem a lua a vida não tem graça mas existe uma forma de viver que faça com que a vida valha a pena e essa forma de viver é viver intensamente e para isso é necessário viver cada momento como se fosse o ultimo porque na verdade, o importante não é o quanto tempo você vive mas sim o quanto de intensidade você coloca ao vivenciar cada momento.

É quebrar a rotina e isso envolve fazer as coisas de modo diferente do que se costuma fazer porque não adianta fazer as mesmas coisas sempre e esperar um resultado diferente , é dizer para quem você ama o que você nunca disse é ter uma atitude nunca tida para aqueles que amamos, é correr atrás dos nossos sonhos mesmo que pareçam impossíveis, porque se pelo menos não tentarmos realizar os nossos sonhos chegaremos na velhice com remorso de nunca ter tentado fazer aquilo que tanto queríamos.

É viver de maneira tal que as pessoas que convivem ao seu redor vejam e sintam o impacto que as nossas vidas causam na vida delas. Mude, curta, viaje, estude, leia, ame, seja amado, abrace, sorria, ajude, melhore, cuide, plante, viva. Sentir-se vivo não é apenas respirar e existir, é ter sempre um nó na garganta, aquele aperto no peito e várias borboletas no estômago!

sábado, 18 de junho de 2016

Catalepsia

Te quero por uma faísca que me pinga no olho,
coisa pouca e rala,
um pretexto talvez,
mas a vontade é viva,
pulsante...


Um quase nada que se espalha:
racional que te queima em verso e trova.
Emocional que te cria num contra fluxo de musica e prosa.


Me viro no avesso, me perco.
É um rebuliço estomacal misturado com insaciedade.
Admiro meus contornos no espelho e logo penso:
Que diabos é esse sentimento,
que faz de mim um tormento?


Logo entro em desespero,
coloco mais uma dose de whisky.
Chego a conclusão que tudo que me cerca é barulhento. 


Como cada fio do teu cabelo negro.
Que por descuido de teu ser,
se esparrama
e pelo frescor de minha visão um tanto míope,
muda o tom. 


Um tanto mais, cinzas no chão...
A ideia corre e morre em teus braços,
teus lábios mornos,
tua pele,
teus pelos...


Idealizo a tua entrada na igreja.
Tanto de branco, quanto de roupas negras.
Enlouqueço por cada negar, por cada andar,
por cada olhar. 


Olhar esse que desfaz o meu.
Que ofusca minha dignidade.
Faz de mim piedade.
A cada anoitecer.

sábado, 7 de novembro de 2015

Poema solto

Não adianta tentar ludibriar os teus olhos internos
Eu passei por tua estrada
Deixei rasto e cheiro doce

Só nós sabemos o que vivemos e sentimos, mas não quero que me siga
Pois as marcas foram por desleixo
Não que me arrependa
O amor por ti, ainda respira, melhor ainda... Está vivo e suspira
Mas nem por isso floresce

Assim vamos vivendo e talvez até amando,
Você doando sentimentos à um nome que não é meu
Enquanto eu, num  rodopio sambado, vou nascendo em cada verso
Ao contrário de tua "moça" não sou eu que morro no ponto final

Mas deixo a porta aberta
Me visite vez ou outra para tomarmos aquele café
O mesmo que deixou esfriando ao lado do meu abajur
Enquanto ali, soFrida e Kahlada, lamentava tua ausência

Enquanto não dá as caras vou fazendo o inferno
Respirando amor alheio e me contentando com isso
Veja, talvez eu mude por completo
Ou apenas deixarei um bilhete com novo endereço

Sou poema solto, estou em tuas ideias e também em outras mil
Tenho duas casas e as duas são mutáveis
Uma sou eu e a outra
Só aqueles olhos moles e mareados podem te dizer....

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Paragem

Não importa quantas vezes mais terei que sair pegando pelos cantos meus pertences, minhas migalhas de sentimentos ou aquela calcinha desbotada que tanto gosto, para ter que partir novamente.

Me importo somente em aproveitar o máximo de cada lugar desconhecido, me entregar aos costumes para poder levar junto à minha bagagem todo o aprendizado.

Todo lugar tem sua cor, seu cheiro, seu gosto. Nesse lugar que me encontro agora, por exemplo, a cor é castanho, o cheiro é amadeirado e o gosto é sempre de quero mais.



Peguei-me observando e notei que na luz do dia o tal castanho se transforma em verde, o cheiro transborda eucalipto e o gosto é totalmente mentolado.

Aprendi a não me importar com os pertences, as migalhas e muito menos com a hora de partir. 

Eu só preciso saber que em algum lugar conquistei meu espaço e principalmente saber que poderei retornar sempre que as cores, os cheiros e os gostos de outros lugares não me complementarem mais.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Jasmim do meu jardim

Morena minha
Que sorri pelos olhos
E ama pelo ventre
Pensa que é gente
De toda essa gente
Mal sabe que és minha
Toda minha
Menina, do sorriso amarelado
cabelo embaraçado
Tudo que diz vira verso e poesia
Contradiz as minhas rimas
abraça meu gingado
Tem poder do meu abraço
Entusiasmo e espasmos
Quero outra vida
Só pra poder te ver de novo
É pouca vida pra muita prosa

Conversa a fora
Me despeço, com coração na mão e peço:
Não me deixe no meio dessa gente
Que não sabe o que é viver
O que seria do meu eu
Sem teus versos e retrocessos?
Pobre de mim sem teu jasmim
Para alegrar minha mais bela flor



                         

Malandro



Malandro, teu jeito
Sem jeito, apanho
Com cada gesto derreto
Minha garganta arranho
Me perco no teu aconchego
Sinto medo do apego
Que é esse meu receio
De te virar no avesso


      

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Duas doses

Talvez a vida seja isso, você tem somente duas opções: Conhecer pessoas e se decepcionar com elas ou conhecer pessoas e sentir dó delas.
Ao pensar em todas pessoas que conheci sinto uma crise de desespero e agonia, é um sentimento que faz o corpo ficar bambo e o olhos transbordarem.

À vezes desespero por ter perdido a maioria delas, daquelas que te marcam por um momento e nem elas sabem disso, mas partem cedo...E às vezes bate a agonia, de ter conhecido pessoas tão pobre de espírito.
O que mais me emputece é a dificuldade que as pessoas tem de assimilar e reconhecer as coisas com o passar do tempo, tudo perde a graça e sempre estão em busca de algo novo, esse é o problema já que a velharia sempre me atraiu.


O bizarro é que se queixam de tudo, mas quando paro para analisar cada uma delas mais a fundo, percebo que geralmente defecam e comem a própria merda... E isso meu querido (a), é o que torna a vida mais engraçada e empolgante. Gosto de andar por aí descobrindo egos, desde os mais insanos até os mais atraentes, e quando tenho oportunidade, esmago aqueles mais medíocres, simplesmente pelo fato de merecerem. Só abrimos os olhos a base de porradas...

De todas as vezes que me envolvi, seja por uma noite, um romance ou um amor, eu sempre acabo sorrindo no final. Primeiro vem as lágrimas, depois a superação, a rejeição e quando me deparo com as mesmas pessoas lá na frente, eu gargalho...Gargalho por não terem valorizado a velharia, por terem saído em busca do novo e terem tropeçado no orgulho no meio do caminho.


Não tenho me envolvido ultimamente, mas tenho conhecido homens bem interessantes, cheios de personalidade e belezas exóticas... Converso por horas, mas no final é sempre a mesma história. Creio que compartilho de minha sabedoria e valores em vão, pois no final todos acabam como desconhecidos. Não me refiro à sexo, até porque o perfume do cérebro sempre me atraiu mais.

No fundo a maioria gostam mesmo de mulheres sem fibra, sem valores, sem objetivos e que geralmente os mastigam de forma bruta, severa e sem pudor, gostam é daquelas que atingem o ego, que os fazem sangrar.

Também tem aqueles casos raros que apreciam a mulher de valores incríveis, de personalidade forte e independente, porém acabam estragando tudo no final por sua mania maldita de pensar com a cabeça de baixo, jogam toda uma vida por aventuras e desventuras e depois se lamentam pelo leite derramado.


Homens, valorizem quem quer ficar ao teu lado, valorize a mulher que vocês dizem amar, demonstrem, enlouqueçam de amores e prezem a fidelidade, pois se tens uma mulher dessa, uma vez que se perde, dificilmente ela volta.
Particularmente ainda me sinto forte, reconheço que tenho personalidade pra mais de metro e talvez isso assuste. Sou totalmente o oposto e o desconhecido. É fácil ser bonito, elegante, bem sucedido e ter um corpo apetitoso, difícil é ter uma mente que me faça delirar, estremecer, amar...


Por isso bebo, bebo para esquecer toda essa gente pequenez, bebo para escrever e compartilhar com vocês minhas desilusões e desamores, bebo para causar o caos na mente das pessoas e principalmente na minha. No final, eu gosto de todo esse caos e revolta, é o que me estimula, é o que me mantém, a dor é a alma de todo poeta.

E se me perguntares para escolher entre o álcool que massageia meu ego mais profundo e o homem que massageia o mais raso, a resposta é simples e curta:

- Desce mais duas, por favor!

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Condensação

Adoro ouvir o barulho da chuva
Cada gotejar que cai sobre meu telhado
Cada passagem do vento que bate

Contra minha janela
Adoro o barulho da chuva caindo
Sobre o telhado, o buraco do teto 

Entre os vãos da minha janela 
Ela se forma, desliza, cai e ali permanece
É como fazer sexo
Troque o estado gasoso pelo líquido

Substitua o gotejar, por ejacular
O barulho, pelo gemido
A chuva, pelo gozo infinito
O telhado, por uma face
A janela, pela vagina da vizinha
O vento, pelo pau endurecido
Ele se forma, desliza, cai e ali permanece
Adoro ouvir o gemido do gozo infinito

terça-feira, 16 de junho de 2015

Mente Dubitável – Parte I

Tenho reparado no contorno de minha alma e o que vejo são os restos que me deixaram. Sempre quis uma vida completa; amigos, família; amores, um bom emprego e o mínimo de foco para me concentrar nos estudos que a sociedade exige...  Ilusão! Tudo que sempre tive foi ilusão e migalhas de sentimentos remoídos na chance de ser qualquer coisa.

  Talvez eu esteja tão vazia quanto esta garrafa de conhaque, para qual eu olho com pena. Assim como ela, fui tomada sem degustação. Acerto de contas, samba picado, desamor, consolo em gotas... Que seja, mas sei que não foi a gota, sei porque conheço meus poucos limites, minha idéia rasa que se faz profunda, meus medos e vontades.
     Foram tantos os beijos vividos e sonhados, que num suspiro  engasgado se perdeu no tempo, este cru, repleto de pudores que me traga, sou a carta na manga do malandro, perdida entres becos e o amarelado de teu abajur, sim; eu sou do tipo de pessoa que se perde nas tantas cores...
A cada trago engulo a dor que me dilacera, consigo enxergar na fumaça cada fincada que já levei, incontáveis são elas meu caro, mas se me perguntares de minha importância, direi que não há nenhuma.  Nem a maior das dores me afeta mais, ninguém é capaz de me sensibilizar. Aquela que um dia usou renda, hoje veste prata.

O prazer e o lamento de ser só são divinos. Viver e nada mais. Explorar egos distintos, saborear mentes doentes e absorver-me de corações puros sempre me pareceu um bom negócio. Uma pessoa sã de sua vivência deveria experimentar um pouco do que lhe digo. Refiro-me à desejo carnal e mental...Essa história toda de coração me dá náuseas, só de pensar durmo de tédio. 

Mente Dubitável – Parte II

A consulta estava marcada para às 20h, como de costume cheguei 15 minutos adiantados para observar a sala de estar da Dra. Christina. Há vários quadros de Picasso e Dali, esculturas contemporâneas e algumas revistas contendo temas de alto ajuda. O que me chama atenção é seu cinzeiro feito de argila, com corpos nus se entrelaçando, uma bela arte.
Christina me chama ao seu escritório e iniciamos a sessão, sinto-me pagando por ter uma amiga com quem conversar e receber conselhos. Nunca engoli essa história de psiquiatra, mas acabo cedendo pelos meus poucos amigos que dizem que me fará bem algumas sessões de terapia. Falo sobre meus dias e viajo em pequenas regressões da minha vida, sinto-me bem por algumas horas, mas quando chego em casa é sempre a mesma e velha melancolia.
Seu apartamento ficava no 8° andar, adorava aquela vista,  ao olhar para a janela da sala de estar, havia uma cerejeira enorme, viva e alegre, me imaginava no lugar dela todas as vezes, mas não passava de uma rosa murcha de dia dos namorados, esquecida no dia seguinte jogada em cima de uma cômoda qualquer ou até mesmo numa lata de lixo dentre garrafas de vinhos e camisinhas usadas.
Christina certa vez me disse que precisaria aceitar alguns fatos passados para poder seguir minha vida, mas que fatos? São tantos... Seria mais fácil morrer e nascer novamente, ou não nascer. Ao contrário dela sou mulher da vida, não gosto de me programar a nada, não tenho controle do passado, presente e futuro, gosto de viver à base de riscos, desamores e bons botecos que encontro no caminho pra casa.

Relatar meu dia em um caderno e listar meus defeitos e qualidades não me torna uma pessoa mais normal, nem mais feliz. Creio que serve apenas para demonstrar o quão sou insegura e tola. Ainda não entendi o porquê ela me pede isso toda semana, já são meses com essa merda de terapia e não vi mudança nenhuma. Gasto de dinheiro e perda de paciência define.Talvez eu não queira ajuda, talvez eu queira somente algumas horas com quem conversar de tudo e não ser julgada por nada.

            

Mente dubitável - Parte III

Voltei para casa e resolvi obedecer Christina, me deitei no tapete do quarto e por alguns instantes acabei me "desligando" isso acontece às vezes, no mais; fiquei ali, olhando para o teto e mesclando as minhas ideias com o branco embolorado da parede, a mancha de infiltração faz com que eu sinta meio que acompanhada, afinal não sou só eu que existo por desleixo dos outros. Falo isso por conta da relação que tenho com a minha família.
     Nasci com o cordão umbilical enrolado em meu pescoço, numa tarde vazia de domingo, meu pai morreu me maldizendo, pois nasci atrapalhando o jogo. Minha mãe me desmamou antes dos seis meses, tive anemia, vivia doente e fiquei internada por um tempo. A vontade de morrer, eu carrego deis do meu nascimento, talvez seja essa vontade me motive a continuar vivendo...
    Largando um pouco esse negócio de família, vamos para o boteco, não um boteco qualquer e sim um boteco pequeno, com gordura no azulejo, pingas vagabundas, bêbados caídos e um cara metido a malandro fazendo jogo do bicho. Costumo chegar sempre de lado, com um olhar meio torto, é a minha forma de me defender de certas cantadas e de não ter que dividir os meus cigarros. Mal chego e já dou de cara com o Cabeça, ele é um tipo de amigo meu, sempre escorado no balcão do bar, se diz dono, mas a ex-mulher vive o ameaçando de tirar tudo, como se esse tudo fosse lá grade coisa:
-Fala, minha Linda. Demorou para dar as caras hoje.
-Nada, tive que ir para a consulta, fiz uma hora em casa e agora estou aqui.
-Já falei pra você largar de frescura, esse negócio de depressão é coisa de quem não sabe beber. 
-E quem disse que eu sei beber? Atualmente eu só mando para dentro, sem motivo ou vontade.
-Bom, eu bebo pra poder sorrir, depois que aquela vaca me largou, só o que tenho é o bar e minhas dividas. Vai vendo aí o que você vai beber, que eu vou acertar a conta do engomadinho ali.
    Acenar com a cabeça é o suficiente, afinal o Cabeça é um cara pratico que me define como uma viciada que gosta de indagar, ele acredita que a maioria das minhas piras é por conta da bebida, quando na verdade a bebida só me amolece, gosto quando ele me chama de linda, nunca fui lá muito elogiada e detesto o meu nome:
-Pronto, já sabe o que quer?
-Saber eu não sei, mas em consideração ao tempo morno, vou ficar com a cerveja.
-Meia-hora pra no final das contas você me dizer que quer cerveja.
-Estou com preguiça de pensar sobre copos, só quero virar, conversar um pouco e pagar a porra da minha conta.
-Toma a tua cerveja e vê se bebe sorrindo, tô te dando mais prazer do quê a tal doutora e te cobrando bem menos.
-Isso é verdade, mas não vem ao caso.
-Tanto faz, qual foi a merda que ela te falou dessa vez?
-Nada muito importante, tenho que continuar escrevendo no tal caderno.
-O diário?
-Não é um diário, segundo ela é algo mais profundo.
-Linda, profundo de cu é rola, já chega a minha ex falando que eu preciso ser profundo, agora vem você com essa putaria? Você tem é que mandar essa tal doutora ir colar velcro com alguma paciente retardada e já era. Você é ajeitadinha, poderia muito bem arrumar um namorado e largar dessa mania de se sentir doente. 
-Eu poderia fazer isso, mas tenho medo, preguiça, sei lá. Já me fodi tanto emocionalmente que por agora estou evitando qualquer tipo de intensidade emocional. 
-Então toca o foda-se, entra pra roda e faz um samba de corno.
-Quem sabe um dia...Tá aqui o teu dinheiro, tenho que voltar para a casa e escrever no tal caderno.
-Tá beleza, qual quer coisa volta que a gente toma uma e reclama da vida. 
-Pode deixar!
    Me animo em falar com o Cabeça porquê com ele não tem essa de filtro, sai lançando o que pensa, ainda que horrendo e sujo, é um homem puro, com maldade superficial e sorriso amarelado. Gosto dessa podridão, das pessoas feitas de restos de sonhos, vontades reprimidas e idéias estranguladas pelo tempo, mesmo que mortas, ainda sim são ideias, um pouco de mim que se desfaz nas bocas de uma quase noite e se espalha pela imensidão de minha rua...


domingo, 17 de maio de 2015

Número Sete

São 12h, em plena quinta-feira na Avenida Paulista. Anseio tanto sua chegada que mal consigo ver a cor do semáforo. Paro, olho para os dois lados, vejo toda essa gente , que diante do meu desespero tornam-se pequeninas e inúteis no meu caminho. A busca parece sem fim, meus membros congelam, consigo escutar meu coração ao pé do ouvido. Cada batida é um grito de angústia, cada passo é um chamado de socorro.

Por diabos! Me diga! O que é realmente proibido? O pecado realmente existe? Pois eu não acredito em nada... Estou cega. Além de cega, virei burra. Sim, B-U-R-R-A! Mas será? Ou simplesmente estou fazendo o que acho certo? O que é realmente certo afinal?

Deixando as profundezas para os peixes, decidi ser rasa, afinal eu preciso de um pensamento rápido, bruto, porém certeiro, não um certo para a eternidade e sim um certo para o momento, afinal; tudo se transforma e o sentido só existe para os olhos do instante agora, qualquer outra coisa é história...


Pois bem, aqui estou, mordendo os lábios e tentando não roer as unhas, já faz tanto tempo que não o vejo, será que criou barriga? Arrumou filhos? Adotou um cachorro? Não sei, o que sei é que ainda estou tremula, de pernas bambas, como no dia em que o abracei pela primeira vez, a sensação de culpa me morde o calcanhar, mas à essa altura do campeonato, nada mais me incomoda além de beber enquanto reparo nos ponteiros do relógio.

Enquanto admiro o som do saxofone que aquele pobre homem tocava para ganhar uns tostões, avisto a figura dele caminhando na minha direção. Santo Deus! É ele, com todos os detalhes que guardei na memória por esses amargos anos. Cabelos ao vento, olhos ligeiramente pressionados devido a luz do dia, andar escrachado e mãos no bolso.

Eu poderia jurar que parei no tempo se não fosse seus poucos centímetros a mais. É incrível como ele continua a mesma pessoa, é incrível como a cada passo que ele dava, meu corpo respondia com imensas ejaculações, eu mal conseguia respirar,entrei em pânico.

Abriu-me um sorriso largo, correspondi. Fomos para um parque ali perto, falamos da vida, de nossas evoluções e conquistas, mas não pude deixar de notar aquele olhar triste e fundo.Ligeiramente me pedia ajuda. Eu pude ver sua vida através do seu olhar. 

Segurei sua mão, e me permiti....Como na primeira vez que o vi. Acabou. A espera terminou ali, naquele aperto de mão. Estávamos entregues novamente, eu com medo e ele fodido.


Voltamos para a Avenida Paulista e ficamos sentados numa mesinha de boteco, que por sinal era o que tinha a cerveja mais barata. Nos perdemos em vários assuntos, coisas vagas, ingênuas, que as vezes boiava no copo de cerveja. Nos engolimos...O mundo parecia ter explodido ali. Por diabos! Tinha me esquecido de como esta entrega era boa, mas nunca me esqueci da primeira vez q nos tocamos nos lábios ou de como o calor da pele dele ainda me faz perder a estrutura, não só física, mas racional e emocional. Ele com uma vida já construída e eu apenas começando a minha; Esperar, desejar, querer morrer, acreditar, amar, amar, amar....Tudo ou nada. O que escolhemos diante desse cardápio? Número 7.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Não tão distante assim

Não estavas consciente
Tampouco nós,
Mesmo assim, apertei tuas mãos,
E por um momento senti o sorriso em meus lábios
Despedi-me de ti, e os sentidos
Pareciam a todo momento
Querer fugir dali
Agora, já distante,
Com o coração rouco,
Sabendo que estás longe
Encontro teus passos,
Tua voz e teus atos em mim
E busco, assim, encontrar meu espaço
Nesse mundo agora, cinza e oco
Não tinha nada em mente
Quando, pela última vez, te vi
Mesmo assim, doeu-me o peito.
Aquele adeus foi tão abrupto,
Tão insuspeito...
Ainda não sei estar longe de ti,
Mas um dia aprendo
Um dia te reencontro
Um dia, talvez, o tempo
Se faça sentir
Passar por mim...

domingo, 21 de dezembro de 2014

Embriaguez


Curtindo a minha ressaca como num sonho em fatias, as pontadas na cabeça dão uma sensação insuportável de vida, estranho isso; dar vida e dor para alguém que não vê sentido algum em estar vivo, para alguém que já sentiu entre os dentes que amores não morrem só tornam-se insuportavelmente reais, como as pontadas que sinto em minha cabeça. Por agora não existe mais a vontade de beber e sim o simples pedido para que o vizinho quebre os dedos com o martelo e tenha a cavidade anal bolinada pela furadeira, talvez assim ele pare com as obras de domingo e leve sua tola esposa para um churrasco de família que se intitula feliz. E eu ainda que doído consiga me afundar no colchão velho e por alguns minutos dormir.

Eu não sei se já passaram por um porre desses, mas certamente sempre foi assim pra mim, com raras exceções em que um embargo de angústia consegue me engolir a ponto de não querer atravessar a rua de casa para encostar-me ao bar do José. Mas que diabos! Tudo que eu queria era dormir por semanas, meses talvez. Literalmente entrar num coma profundo, mas infelizmente tenho os malditos compromissos dessa vida cotidiana. Acordar às 5h da matina, enfrentar o trânsito infernal de São Paulo, aguentar um dia todo repleto de pessoas banais, chegar em casa e ainda ter de fingir paz interior no cansaço.

Lembrando-me da embriaguez de ontem, enquanto ali parada observava gente transitando por todo lado, como urubus em busca de carniça, por um momento pensei que havia esquecido como é pequena toda essa gente, tão frágeis, intermitentes e incrivelmente podres. Não entendo como ainda consigo aguentar essa vidinha de merda. Talvez eu ainda viva pelo álcool. Não vejo outro motivo. Só vejo caos, revolta, estupidez, blasfêmia! Forte demais pra segurança de menos.
O suicídio sempre foi uma boa ideia, porém acredito que eu tenha preguiça de me matar, não vou negar que por duas vezes eu tentei, mas não deu muito certo, hoje só oque eu tenho são cicatrizes de dias ativos, dias que o tédio não engoliu, dias que a privada não foi a minha paróquia e meu santo de merda não me protegeu das tolices humanas, das maldades pensadas. Não tenho motivos para viver, mas morrer por nada não me parece um bom negócio.

Atualmente eu vivo para proteger os meus poucos queridos, dois cachorros, uma amiga e alguns marujos desengonçados, não muito bonitos, mas que abraçam a minha imundice e me colocam para dormir sobre minha cara já amassada. Falo de proteção porquê alguns seres merecem o direito de vida, pois estes poucos se entregam a quem não tem nada, bebidas, boas conversas e até algumas lambidas na cara; são sempre um bom remédio, mas hoje a solidão me acolhe bem, é com minhas doenças que eu realmente me entendo, afinal; com elas eu não preciso de um sentido e posso ser um qualquer coisa e até mesmo não ser nada. 





sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ninguém ama ninguém

Hoje tenho a certeza de que realmente as pessoas por algum motivo tornam-se radicais demais e a maioria depressivas.
A nossa geração é defeituosa, frágil e bipolar. Em outros tempos os namoros eram mais privativos, as pessoas se comunicavam por cartas ou pessoalmente, o que no meu ponto de vista eu acho fabuloso. Passavam anos se conhecendo, casavam, constituíam uma família e ficavam juntos até a morte. Sem contar no respeito ao extremo que tinham, nos hábitos e gentilezas que não podemos deixar de citar.
Hoje eu vejo pessoas dizendo que amam por qualquer motivo, dois dias e a pessoa se torna o amor da sua vida. Isso me enoja.
Me pergunto, que diabos aconteceu? Por que hoje as pessoas são tão vulneráveis e insensíveis? Ou será que são apenas independentes demais? Bem, não me importa saber depois que a merda toda já está feita e defecada na cabeça de milhares de pessoas, o que sei é que estou vivendo numa época errada.
Isso tudo não me pertence, são raras as pessoas que pensam como eu, às vezes me acho até retardada em pensar assim quando olho ao meu redor, mas ao mesmo tempo me orgulho em querer encontrar um amor verdadeiro, em querer constituir uma família e me dedicar a ela para sempre. Me sinto a mulher mais feliz do mundo por nunca ter tido um desses relacionamentos de estatística, planejado, pensado, calculado para não dar intimidade demais nem resultar em liberdade de menos. Eu só amei, amei, amei, amei muito. Sem ficar podando arestas e vivendo com medo de como as coisas vão se sair. Sim, eu sei, é basicamente acreditar em conto de fadas, pois a maioria dos relacionamentos da atualidade não duram, somente meses e caso dê sorte, anos, mas não muitos. Na real, hoje ninguém ama ninguém, nem a si mesmo. Lamentável.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Cotidiano Contido

Nunca neguei meu gosto por delicadeza; um sopro de vento, um banho de mar, uma oferenda de rosa e perfume, beijos no beco e assim vai... Como de costume levantei cedo, joguei água gelada na vista torcida, tropecei na mesinha da sala, acendi um cigarro na boca do fogão, voltei para o meu quarto, abri a janela e fiquei por ali; reparando o vento e o leirado das crianças da vizinha. Numa dessas de reparar, a bendita da vizinha sai e grita:
-Bom dia seu Pedro.
    Ainda tropo das pernas e da vida, quase não respondi a senhora de ancas largas e sorriso claro...
-Bom dia dona Marta, como vai à senhora?
-Vou vivendo, sabe como é; o Marquinhos operou da fimose faz dois dias e já quer sair para jogar bola, vê se pode seu Pedro, o menino mal sarou e já quer virar bicho?
    Por que diabos eu fui perguntar se ela está bem, eu costumo defecar para os vizinhos e para o mundo, tenho que parar de ser falso.
-Deixa o menino dona Marta, cada um sabe onde dói.
-Mas seu Pedro, o senhor já operou da fimose? É de fazer dó.
-Se operei não me lembro, mas acho que nunca tive problemas, vou voltar para a cozinha porque deixei o fogo ligado, mas depois continuamos a falar da fimose de seu filho.
-Vai lá seu Pedro, fogo ligado é um perigo.
     Finalmente a gralha calou a boca, não me importo com barulho, me importo mesmo é quanto o barulho resolve me dizer bom dia, eu lá tenho cara de quem gosta de ser amigável? Só queria fumar meu cigarro, olhar os pombos e reparar nos moleques, sei lá, gosto de ver criança, não por gostar de crianças, até porque, mal falo com os meus sobrinhos, muito menos com os filhos dos outros, o negocio é que fico do quinto andar vendo tudo, me sentindo um deus pagão, desinformado e mal amado, olhando para o tempo que passou sambando na minha cara. Cara que hoje é amarrada, que vive de fumo, musica e pelos...
Voltei para cozinha, sentei-me na velha cadeira de madeira e pensei um instante a quão saborosa a tal da Dona Marta é. Deve ser a única explicação plausível para que tenha tantos filhos, já que quando abre à maldita boca, toda sua beleza se vai a cada respingo de saliva, onde suas palavras são extremamente descartáveis. Pois bem, me deparo com um troço duro logo a minha frente. Voltei para a janela.
Ao passar dos anos não ligamos tanto para o conteúdo, quando se percebe que está ficando velho e sozinho, a única coisa que se deseja é ter com quem foder só para garantir que ainda está vivo. Não me importo, não tenho mais nada a perder, o que eu já tive de melhor foi perdido nas entre linhas da vida.
-Dona Marta, poderia subir até o meu andar? Preciso trocar umas palavras com a senhorita.
- Tudo bem seu Pedro, só espere um momento!
Lá vem ela, toda desengonçada de tanto rebolar as cadeiras, solta os bobs do cabelo enquanto eu a vejo pelo olho mágico do outro lado da porta.
- O que deseja seu Pedro? Está precisando de alguma coisa?
     Pensei uma vez e agi duas. Sem trocar uma palavra a virei e a beijei intensamente, deixando minha barba deslizar por seu pescoço, acariciando cada parte de seu corpo e ela sem interrogar, entrou na minha dança com corda bamba. Durou menos de 15 minutos, não consegui me segurar por muito tempo, não estava nem um pouco preocupado com a satisfação dela, só queria me garantir e isso foi o suficiente, logo a mandei embora, não queria ouvir a gralha novamente, afinal, não queria estragar meu momento “êxtase” .


    As puras moças que não se aproximem; ogro ou santo, meu nome vai acabar no mesmo lugar, numa lápide cinza, com a minha irmã chorando e me chamando de anjinho. Por agora vai rodar nas bocas das pulhas: “Homens são todos iguais!” É complicado não pensar no próprio pau quando a parceira de ocasião está te avaliando para contar para as amigas. Para a grande maioria das mulheres sexo é só abrir as pernas e levantar a bunda, mas qualquer pessoa certa da cabeça sabe que sexo pode ir além da carne e muito além da garganta, não estou falando de encontrar o tal ponto G, estou falando de saber ser mais que um pedaço de carne viva e vermelha, ir além dos desamores passados e procurar um acaso e não mais um para lista de bons meninos.




terça-feira, 10 de junho de 2014

Entre o costume e a demência

Costumo comparar o cigarro ao beijo, afinal os dois são prazer e insatisfação ao mesmo tempo. Quem diabos se conforma em dar um único trago ou fumar apenas um cigarro? Com o beijo é mesma coisa, só largamos quando a “marca” não presta, quando o gosto é de bala ou quando nos acostumamos e caímos na rotina monótona do confortável. Desconfio de qualquer um que fume por tabela, sabe aquele que anda com fumantes e não fuma? Este mesmo, o chato que respira o prazer alheio. No mais; quem não fuma, não beija, quem não beija, não ama e quem não ama, morre de tédio.
Sim, eu sou fumante, mas a questão aqui é o filtro e não o fogo. Digamos que eu seja uma mulher bonita, razoavelmente inteligente e um pouco atormentada por amores passados. Por agora sou só mais uma, mas tenho um problema e não, não é depressão nem nada do tipo, acredito que vai além de qualquer demência, mas enfim; se para é contar que seja agora, lá vai: Sou uma mulher de sorriso largo, olhos grandes e amendoados capazes de devorar o mundo e também sou boazinha, mas boazinha demais, do tipo que não serve para namorar ou para qualquer coisa do gênero, a maioria dos meus envolvimentos amorosos se resumem no seguinte ciclo: Conhecer um moço que se diz em crise com ele, com o mundo e com uma moça que não apoia seu delírio cotidiano. Sorrir para ele, trocar ideias, fumaças e beijos. Fazer com que ele surte e tenha novas ideias a ponto de reconstruir-se, alimentar o EGO cru, levantar a cabeça e sair para satisfazer-se e supostamente satisfazer alguém do sexo oposto.
O problema não é ir; O problema é ir, passar tempos e depois voltar de chapéu na mão, sentimentos roídos e sobrancelhas pela metade. Como eu disse anteriormente: É um ciclo, ciclo de merda, mas ainda sim um ciclo, coisa que meu exagero de sorriso e bons sentimentos permitem. Acho tudo válido, seja um café, um corpo frio, uma noite, um dia, um amor ou uma aventura. Antes eu valorizava mais os momentos, hoje simplesmente eu os considero como apenas algumas horas, que na maioria das vezes são perdidas. Já amei, já me apaixonei, já enlouqueci. Como disse; já fui atordoada por acreditar demais. Hoje não acredito em nada, só vivo e vivo praticando o que me faz bem, seja lá quais consequências virão depois. O fato de eu sempre me foder não significa que preciso parar de viver em sociedade, significa apenas que preciso viver sem esperar muito do amanhã. Hoje para mim, o amor é como tomar um café gelado pela manhã. Quando você o faz ainda está quente, mas com o tempo vai ficando frio, gelado, e finalmente esquecido.
Hoje me orgulho de ter cartas na manga, alguns corpos a disposição de uso, um copo de whisky na mão e boa música já é o suficiente para mim. Quando digo corpos, refiro-me a pessoas descartáveis, dessas sem conteúdo que sabemos que só querem o mesmo que você: sexo. As prefiro, afinal já pastei demais esperando alguém digno de meu caráter, o melhor a fazer é me divertir, aproveitar, trocar experiências e nada, além disso. É como praticar necrofilia, aliás, prefiro dizer que sofro de Catalepsia patológica, porém constante.
Certo dia um moço formoso disse-me que estava apaixonado, falava-me frases bonitas, fazia-me elogios estonteantes, depois de sentir que ganhou pontos comigo, começou a interrogar sobre meus gostos sexuais. Esse tipo de "convencimento pela auto certeza" é bastante utilizada pelos homens para intrigar a mulher, aguçar a curiosidade e depois dar o "checkmate"... Estou cansada de saber desses truques masculinos. E não sou desse tipo de mulher que costuma acreditar e somente soltar um "Tudo em sua hora", pois bem, quem espera as circunstâncias, acabará nunca fazendo nada. Essa técnica já é bem manjada pelos "Donjuanistas", porém eu não caio mais nessa. Prefiro que sejam diretos ao assunto. Um simples “quero te foder” é muito mais válido do que iludir, cozinhar, comer, depois defecar e dar a descarga como se nada tivesse acontecido. Ambos dão certo, porém no resultado final ninguém sai cagado e sim ambos satisfeitos com consciência limpa, mas não vou negar; ainda me envolvo com aquele que foi o primeiro e até com o segundo e às vezes com o terceiro... Sinto-me emocionalmente forte e acredito que posso compartilhar dessa força com qualquer pobre diabo renegado que de tão mal feito, não possui asas. Tenho-os por estupida amizade e o mundo: brinquedo barato para minha pútrida vaidade.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Devaneio

O marasmo de um sem número de detalhes, pequenas felicidades e pausas amenas é o que nos faz render a mente, ontem hoje e sempre à agonia.Falseando sorrisos, engolindo em seco e uma briga pela compreensão todos os dias.Quando o peso do mundo parece estar todo dentro de si, é tudo um disfarce, no fundo, sou (és) dor, pequenez, incomunicação e vazio.
Um dia jogo tudo para o alto,me deixo exposta, pois mostrar-se fraca nesse caso é provar-se digna de algo mais que poucos altos e baixos, humores frustrados, quase sempre fingidos, assim, da ruptura e da dor, talvez consiga. Talvez a alma, mais que o corpo rejuvenesça. Um tanto insólito, mas inevitavelmente humano.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O início do fim

Mares virando desertos, pólos mudando de lugar, pessoas cometendo suicídio por não suportar a agonia e a dor que o mundo lhes causa ou cometendo homicídio pela loucura que o egocentrismo lhes causam.
O mundo está acabado há muito tempo, a insignificância se revela e os fracos vendam os olhos fingindo nada acontecer. Outros tentam lutar. A vitória não é impossível, mas é improvável quando existem mais CEGOS (os que fingem não ver a realidade e vivem suas vidas normalmente) do que SURDOS (que ignoram a mídia e suas façanhas e vão à luta).
O essencial sempre ficará no fundo, esmagado pela superficialidade....

quinta-feira, 30 de maio de 2013

É um requintar de gozo blasfemo, que mescla o sacrilégio à convulsão do amor, o beijo lascivo à embriaguez da crença...

domingo, 26 de maio de 2013

Maré

Navegar nas entrelinhas
Poupar-me de marujos desengonçados
Abraçar a beleza do mar frio
Embalsamar-me no balanço desse navio
Enquanto a terra eu não avistar.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Reciclável

Nem mesmo o pior dos cantos, ou a mais suja das palavras, ou o mais amargo dos sabores, descrevem o que sinto quando descrevo esses círculos criando expectativas que vão se reciclando.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Um turbilhão de pensamentos e a única coisa que quero é explorar o inexplorável e atingir o inalcançável.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Resto de mim

Batalho todos os dias pelos restos que me deixaram... Não posso concertar 100% de algo, seja material ou sentimental, mas alguma melhoria há de ter! Algumas pessoas fazem a diferença nessa longa jornada e são essas que dão um sentido a palavra viver. Particularmente nunca deixei de acreditar no mundo, mas nas pessoas em si.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Tenho admirado minha miragem contornada com as cores da minha loucura e vejo que tenho apenas o resto que me deixaram...
Da vida só levamos os momentos, todo o resto é consumido pela humanidade...

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Medo

Acordei com medo de me levantar,
Levantei com medo de sair do quarto,
Sai do quarto com medo do que ia encontrar,
Encontrei as pessoas e fiquei com medo do que iam fazer,
Fizeram coisas que me magoaram.
Agora durmo com medo do outro dia,
Ficar sozinho parece ser mais seguro,
A vida parece mais bela
Quando se está na escuridão,
Pois em meio a luz todos vão estar contra ti
Os teus inimigos irão te caçar.
Mas são aqueles que você ama
Que tem mais capacidade te lhe fazer chorar,
Proteja-se sozinho,
Viva somente seu caminho
Não se iluda com a vida,
Pois desde que nascemos somos obrigados a viver
Se a vida fosse algo bom
Eu não estaria precisando me esconder...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ciclo

Fechamos os olhos para garantir a memória da memória. É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória. Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível. Viver é boiar, recordar é nadar e a morte um possível e imenso oceano.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Espelho

Com a chuva lá fora sinto meus membros congelados por um balsamar de pensamentos. Reflito sobre os devaneios da vida e o que eles me trouxeram ao percorrer deste caminho repleto de decepções. Vejo que não posso encarar a vida de uma forma cruel, mas não vejo outra escolha a não ser essa. Uma vida lapidada de bondade e ao mesmo tempo suja de mágoas. Não sei até quando, mas gosto da ideia de alimentá-la.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

sábado, 26 de janeiro de 2013

Amor..

Se me pedissem para responder em poucas palavras por que tem tanta gente interessante sozinha e infeliz por aí, eu não iria hesitar muito em responder: Porque eles não querem estar sozinhos, mas não sabem estar juntos. Porque, na primeira oportunidade, tem muita gente que se agarra desesperadamente à chance de encontrar o amor da sua vida, mas não está nem um pouco interessado em construir uma relação de verdade com o príncipe encantado, quer ver logo a coroa de princesa e as declarações apaixonadas do lado de um cavalo branco.


E quem procura até acha, mas acaba se contentado com o primeiro que encontra. Ninguém mais está preocupado em se dedicar à pessoa certa, mesmo que ela seja apenas uma das dezenas que estão por aí no mundo e que combinariam muito com seus planos na vida. Na esperança de achar uma alma gêmea que nem sempre existe, se desesperam e vão com muita sede a um pote vazio, que deveria ser completado não com suas expectativas inalcançáveis sobre relacionamento, mas o que ela tem a oferecer a quem diz que ama.


Outro dia li em um comentário por aí dizendo que o problema é sempre quando alguém tenta fazer outro feliz. Que ninguém tem a obrigação de fazer uma pessoa feliz que não seja ele mesmo. Fiquei bastante escandalizada. Quem disse que é uma obrigação? A palavra relacionamento acabou substituindo a palavra amor e tudo virou uma ciência, repleta de estatísticas, jeitos de se fazer. Homens preferem isso e aquilo na cama. Mulheres são mais assim e assado, mas também não dispensam um pau com mais do que tantos centímetros, diz pesquisa.


Tem coisa melhor nessa vida do que saber que o outro está precisando de um colo e fazer de tudo para ser esse ombro amigo? Tem coisa melhor do que ser melhor amigo de quem se ama? Tem coisa melhor do que só parar de se divertir com os errados quando realmente achar o certo? Muito se diz sobre relacionamentos que acabam por que virou só amizade, mas pouco sobre os que acabam porque nunca foram. Intimidade, cumplicidade, não se paga com nenhum tipo de falsa liberdade. Não se engane, experiência nenhuma que vale a pena vai manter você nos seus eixos. E é preciso estar preparado para que sua vida seja chacoalhada de um jeito que você, se tudo der certo, não vai nem querer controlar. Paixão é assim. Amor continua sendo assim, você vai se entregando à vida, vai se entregando a quem ama, vai deixando de pensar só em si.


Se você quiser que o seu namoro/casamento/relacionamento – que o seu amor – dure, que ele marque sua vida de um jeito que vai ser difícil viver depois sem estar rodeado, repleto de uma felicidade absurda, se você quer realmente experimentar um amor de alma, um amor de olhar no fundo dos olhos e entender em dois segundos quem é o outro, do que ele precisa para ser feliz – e que ele faça o mesmo por você -, vai ter que abrir mão da postura individualista de querer tudo e não dar nada.


De uns tempos para cá, comecei a me sentir a mulher mais feliz do mundo por nunca ter tido um desses relacionamentos de estatística, planejado, pensado, calculado para não dar intimidade demais nem resultar em liberdade de menos. Eu só amei, amei, amei, amei muito. Sem ficar podando arestas e vivendo com medo de como as coisas vão se sair. Porque bom mesmo é acordar todos os dias, olhar pro lado e não acreditar em quanta felicidade o destino te reservou. Não por uma noite, nem por seis meses, mas por anos e anos. Infelizmente, isso é muito raro. E não porque é impossível, como os mais desiludidos acreditam às vezes. Mas porque tem muita gente querendo amor, e pouca gente sabendo o que é isso.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Regressão Linear

Certo dia parei, olhei e tudo estava no mesmo lugar.
Amei, conquistei, fui feliz, concretizei objetivos, nasci novamente.
Deixei de amar, de ser feliz, sem objetivos e morri.
Então parei, olhei e nada estava em seu devido lugar.

sábado, 16 de junho de 2012

Cansamos...

De tudo que faz mal
De tudo que faz bem
De tudo que te envolve
De tudo que te desfaz
De tudo que você perde
De tudo que você conquista
De tudo que te ignora
De tudo que te ama
De tudo que tu tens
De tudo que não lhe pertence.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Pássaros

Pássaros, são apenas pássaros que vão e voltam
São pássaros que partem e se perdem no caminho
São pássaros que ficam, crescem e logo se vão
São pássaros que existem, mas não podemos os ver
Pássaros sublimes em meio temporal
Pássaros que vem para o bem
Pássaros que permanecem para causar o mal
Que através do vento trazem saudade
Ou uma louca tempestade
Que através das asas trazem a liberdade
Ou a plena felicidade
Apenas pássaros que passam junto à neblina da vida
Pássaros que recordamos e jamais abandonamos
Pássaros que simplesmente admiramos
Pássaros que amamos...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Bifurcação

A sua vida tem que avançar porque ninguém te esperará para que o trem siga em frente. Ele simplesmente parte quando bem entende e pouco se importa se você está dentro ou não. O problema é só seu. Nenhum outro passageiro se lembrará de você enquanto estiver conhecendo paisagens nunca vistas; um mundo novo e com novas possibilidades.

Na estrada da vida, sempre haverá uma bifurcação. E neste momento temos que nos despedir porque cada um seguirá um caminho. Raramente estas pessoas voltarão a se ver. Antes, eu achava que era possível seguir caminhos diferentes andando por uma mesma estrada. Aprendi que não. Estrada e caminho, praticamente, são a mesma coisa .(Como fui tonta!)

Então, resolvi aproveitar a minha jornada solitária. Conhecer mais do mundo novo que sempre esteve na minha frente e que eu nunca enxergava.

Me julgava responsável pelo caminho dos outros. Não em todo, mas em partes.

Eu sou responsável pelas pessoas que aparecerem no meu caminho e, principalmente, pelas pessoas que nele ficarem. Pelas que foram embora não. Mas elas podem voltar a caminhar junto comigo quando quiserem, se conseguirem me alcançar ou se eu conseguir alcançá-las. É possível, mas, improvável.

Acordei!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Desejo

Vou começar te mostrando minha melhor metade, vou mostrar tudo de bom que tenho
Se for preciso eu desenho, digo e expresso que eu quero você, só você!
A outra metade é defeito, você vai saber de qualquer jeito, anjo ou animal, suave ou fatal.
Disso tudo eu espero que tenha fogo, que domine o meu pensamento e traga um sentido novo para viver.
Que tenha paixão desejo, abraço e beijo.
Que seja a melhor sensação, que mande embora a solidão.
Que traga paz pro coração, por que eu sinto que é você!
Não posso exigir seu amor, mas posso te dar boas razões para gostar de mim
E ter paciência para que a vida faça o resto por nós!

domingo, 15 de abril de 2012

Um trago

Agora preciso da bebida como preciso do ar que respiro
Com cada gole, me afasto mais do mundo
Quanto mais me afasto, mais difícil será a volta
Tem sido assim há já não sei há quanto tempo
Sei apenas que em algum momento tudo deu errado
Boiando naquele maldito rio novamente
O rio destilado de grãos nobres
O que posso fazer agora senão continuar
E abrir a garrafa mais uma vez?
O que posso fazer agora senão ver além
E boiar com a corrente, longe da margem
Ver aonde o rio vai me levar...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Jim, Santo Jim!

Passo dias viajando em minhas loucuras e devaneios
Na esperança de um dia poder tocar-te e ver-te
Mas você não passa de restos de ossos e anseios
Causados por aqueles que te idolatram e te glorificam
Que choram e tentam seguir tua ideologia de vida
Tu sempre quisestes ser lembrado como um grande homem
E conseguiu teu desejo da maneira mais simples e natural...
Um rock star, bêbado, drogado, poeta e barbado
Que sempre será lembrado como “O Rei Lagarto”.

domingo, 25 de março de 2012

Braço direito

Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim!
Amo-te !


Dedicado à Priscilla Nayde

terça-feira, 20 de março de 2012

Open The Doors...

Chega um dia simplesmente cansamos...Não por que queremos, mas os sentimentos acabam e o coração passa a ser somente mais um membro de nosso corpo.Você vai se desgastando, se trancando para as pessoas, para o mundo!Há um momento na vida que você fica tão calejado de decepções que não tem mais forças para seguir a diante.Você tira forças de onde não tem para trabalhar, estudar porque é necessário para sobrevivência, e de alguma forma isso te deixa vivo.Mas não pense você que eu me refiro somente às decepções amorosas, mas sim a perdas de entes queridos, de objetivo não realizado, amizade que um dia você acreditou e que hoje não faz a mínima diferença na sua vida.Do mundo podre, das pessoas frias e cruéis, dos fatos inacreditáveis, do planeta que um dia já foi magnífico e hoje não passa de restos de lixo.Hoje nem a morte me afeta mais, só penso “Tudo bem, é apenas mais um que vai ser feliz longe dessa podridão”.Então é ai que começam a surgir pessoas que querem seu bem, querem te ajudar e simplesmente ficou tarde... Ficou cinza e tudo se torna frio.Você não consegue se abrir para novos caminhos, não é questão de não querer, você cria um bloqueio enorme e acaba se acostumando com ele.No lugar que fui criada , me ensinaram a plantar o bem, mas até que ponto isso faz bem para mim? Até que ponto as pessoas conseguem notar isso?Então começo a lutar com meus anjos e demônios para descobrir a essência do meu ser, da minha existência...Já quis muito que as pessoas me surpreendessem. Hoje só espero que eu não as magoe ou as decepcionem.Será que mais alguém vê a contradição além de mim? Será que alguém escuta meus gritos de angústia silenciosos?Devido a todos estes fatores sou amante da música. Definitivamente não consigo viver sem ela.Adoro me torturar com canções tenebrosas, sem nexo algum, enquanto eu sinto o prazer dessa dor, o vinho e a nicotina são essenciais para acalmar meus espíritos possessores.Meu quarto parece ter vida e tudo começa a fazer sentido quando eu já me encontro em um profundo estado de osmose.Então começo imaginar mil coisas e não pensar em nenhuma delas, só deixo-me embalsamar pelo êxtase do plano espiritual, da paz do espírito e da angústia da dor.Não temo! Que abram as portas para meu inferno astral e que seja apenas mais um dia ruim...Open The Doors!

sábado, 17 de março de 2012

Make me feel alright!

Wrap your legs around my neck

Wrap your arms around my feet

Wrap your hair around my skin♫



Roda Viva

Sou alguém que está começando um novo capítulo!Deixei a ilusão partir e no silencio da liberdade me encontrei.Desafiei o destino, violei as regras e venci com o tempo.Desamarrei minha alma, aceitei valores mal resolvidos, lembranças das aventuras e descobri em mim uma nova mulher.Não podemos esquecer nosso passado, mas podemos aprender a lidar com ele!O fim nem sempre é o final, a vida nem sempre é real, a roda nem sempre é gigante, o passado nem sempre passou, o presente nem sempre é agora. 
O tempo não para!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Bom dia, dia bom...

Quando eu abri meus olhos logo pela manhã, mais uma vez pude falar com Deus e Ele me respondeu com muito amor me dando mais um dia de vida!Pude respirar, olhar, ouvir, falar e andar em direção a janela do meu quarto e abri-la, olhar para este lindo azul do céu e aquela resplandecente neblina do frio.Não apenas ouvi os carros e o movimento de SP, mas reparei que ao invés da rotina, posso ouvir o canto dos pássaros, o barulho que as folhas fazem ao ventar, e até mesmo o quanto é prazeroso ficar em silencio por alguns minutos consigo...Fechei os olhos e agradeci a Deus por todas estas bênçãos derramadas sobre mim, por ter colocado pessoas maravilhosas em meu caminho, pelas oportunidades, meu trabalho, família, amigos e por a cada dia me manter viva e presenciar o quanto o mundo pode ser fantástico se você acreditar!Estamos acostumados apenas a se queixar da vida, sem ao menos pensar em quantas pessoas neste momento apenas queriam um olhar de dignidade, um sorriso de bom dia e um pão sobre a mesa.Vocês podem ter um ótimo dia, só depende de vocês!

quinta-feira, 15 de março de 2012

A rosa, meu crânio

Nunca ouviu falar de catalepsia? É um pesadelo horrível, aquele que gira ao acordado que empareda num sepulcro. Um sonho gelado em que sentem os membros tolhidos, e as faces banhadas de lágrimas alheias, sem poder revelar a vida...

Vede-a rosa sobre aquele túmulo? Murcha e seca como o meu crânio!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Eterna criança

Quando crianças, nós não conhecemos limites. Num curto período de tempo, aprendemos a falar sem nunca antes termos falado coisa alguma.Aprendemos a andar com nossos membros frágeis para explorar o mundo sem nunca antes termos dado um passo sequer.Aprendemos a observar, a reconhecer, a alegrarmo-nos, a sofrer, e continuarmos nossas experiências de explorações e descobertas.Quando crianças, conseguimos tudo isso, sim, por que temos o apoio de todos que nos cercam, mas principalmente por que em nenhum momento nós pensamos que não somos capazes.É como se movesse dentro de nós um Espírito do Mago, que conhece e domina todos os aspectos do mundo.O Mago sabe que tudo lhe é possível, por que tudo provém apenas de sua vontade.Assim, apenas deseja, quer, tenta e, irremediavelmente, consegue.Somos todos Magos quando crianças, mas aos poucos vamos perdendo nossa magia, entregando-a ao acaso toda vez que duvidamos de nós mesmos.Então é preciso notar que para realizar maior parte das coisas que desejamos, precisamos recuperar a magia da infância, precisamos recuperar o Mago que há dentro de nós, e fazer valer a crença de que confiando exclusivamente em nós mesmos, podemos ultrapassar qualquer fronteira!As vezes me pego lembrando de meus brinquedos queridos que foram doados, me bate uma saudade, me bate uma vontade de voltar no tempo, de voltar ao passado.Mas nada acontece, nada parece acontecer e eu carrego apenas boas lembranças de minha infância, eu queria lembrar do bebê que fui e criança voltar a ser.